Ficar entre os mais votados e ainda assim não ser
eleito. Ter até 20 votos a mais do que um rival, mas perder a cadeira na câmara
municipal para ele. Mais do que hipóteses, são fatos. Em Ipiranga do Piauí,
três candidatos tiveram mais votos do que a vereadora que ocupará a última
posição dos eleitos para a Câmara Municipal. Luizão com 221 votos, Edvaldo
Fontes com 204 votos e João Piauí com 194 votos não ganharam um mandato, mas
receberam mais indicações do que a vereadora eleita Dolores que garantiu a sua
entrada no legislativo da “Terra do Doce”, pela segunda vez (não consecutiva),
com apenas 191 votos.
Essas situações acontecem porque na eleição para
vereador não é o número absoluto de votos que conta, ou seja, não são
necessariamente os primeiros da lista que se elegem. Chamadas de proporcionais,
as eleições para câmara municipais, assembleias estaduais e para a câmara
federal, são decididas pelo quociente eleitoral.
O quociente é o número obtido dividindo-se a
quantidade de votos válidos pelo número de vagas disponíveis em cada Casa. Ele
determina quantos candidatos de cada coligação (ou partido, caso sem alianças)
são eleitos.
Em 2012, por exemplo, foram 5.868 votos válidos para
vereador em Ipiranga. Este valor, dividido pelas 9 vagas na câmara, resulta num
quociente de 652. Ou seja: para cada 652 votos de uma coligação, esta coligação
elege um vereador. Aí, sim, a ordem dos mais votados conta.
A coligação do PSDB de José dos Santos Rego, com PT,
PV, PP, PTB e PMDB, somou 3.220 votos, ou seja, 4,9 vagas (arredondando para os
mais 5 votados da coligação). Já a coligação do PSB da atual prefeita
municipal, com o PDT, PRP, PCdoB e PPS obteve 2.164 votos, ou seja, 3,3 vagas
(arredondando para os 4 mais bem votados dessa coligação).
Os novos vereadores que comporão o Poder Legislativo
de Ipiranga do Piauí à partir de janeiro de 2013 são, pela ordem de eleição,
Irmão Fernando, Paulo Cortez, João Olímpio, Marcinho, João Batista, João
Fontes, Layane Rodrigues, Waldson Filho e Dolores.
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